domingo, 31 de outubro de 2010

O voto de palhaço

Por Fabiano Correia

E lá se foi o Segundo turno das Eleições 2010 no Brasil. Muita coisa aconteceu, muita gente se elegeu, uma mulher governará o Brasil nos próximos quatro anos. Mas eu quero aqui retomar um assunto, lá do primeiro turno, que gerou bastante discussão, que vai pautar muitos assuntos durante um longo tempo e que ainda não discutimos aqui no nosso Blog: o voto do protesto.

Tiririca foi o candidato a Deputado mais votado no Brasil inteiro, com 1,3 milhão de votos! Quase um milhão e meio de pessoas - mais do que a maioria das paradas organizadas na maior cidade do país - saíram de suas casas em um domingo de eleições e apertaram quatro vezes seguidas o número dois: 2222. E daí?, eu me pergunto.

O palhaço humorista, que baseou sua campanha no desconhecimento aberto de causa, angariou três cadeiras para o seu partido e sua coligação. Além do próprio, Otoniel Lima, Vanderlei Siraque e o delegado Protógenes comporão a Casa no próximo mandato. Esse último, delegado da Polícia Federal afastado do cargo, responde à diversos processos judiciários, envolvido no caso de Daniel Dantas.

Fato é que eu não ouvi ninguém que assumiu seu voto de palhaço, ou de protesto, ou no palhaço. Na verdade, somente um amigo meu foi corajoso o suficiente para a admitir. Seu nome é Renan Araújo e a justificativa: Um dos meus trabalhos é como Palhaço. Se eu tiver um representante dessa classe lá, as coisas podem ficar melhor pra nós!" Isso eu chamo de voto consciente. Inteligente é outro quesito. Mas será que todos foram assim conscientes? Qual o verdadeiro motivo: protesto, indignação, alienação, vítimas do marketing, maria-vai-com-as-outras?

O certo é que é impossível saber. E o mais certo ainda - e com isso eu quero terminar - é que o terceiro Deputado mais votado do estado de São Paulo foi o senhor Paulo Maluf, com quase 500 mil votos. Detalhe, sua candidatura foi indeferida pelo TSE e ele não poderá assumir o cargo.

O que é protesto?

sábado, 23 de outubro de 2010

Lula no Brasil crescente

Por Fabiano Correia

O E Daí de hoje é dedicado ao nosso presidente!

Um homem que chegou ao poder depois de tantos anos de oposição, que lutou por um lugar lá no alto por muito tempo, que conseguiu desmistificar e acabar com o medo que tinham dele e que, provavelmente, garantirá o seu partido por mais 4 anos no poder do Brasil.

Mas, por que desta última consequência? Por que ele consegue trazer para o partido louros que, muitos dos eleitores, atribuem à sua pessoa, e não aos seus 'amigos'? Por que por mais 4 anos, muito provavelmente, teremos o PT a frente do Brasil, sem Lula no poder?

A verdade é que o nosso presidente se tornou um verdadeiro mito. Um mito que tirou milhões de pessoas da pobreza, que deu dignidade a outros tantos milhões e que deu uma visibilidade super positiva para o país externamente. Nosso presidente, além de trazer as duas maiores competições esportivas do mundo, conseguiu entrar no cenário mundial também da diplomacia. Mediações com países sul-americanos e até do conturbado e controverso Irã, garantiram visibilidade e respeito. É verdade que trouxeram junto um pouco de medo e insegurança, mas mostrou uma firmeza que ainda não havia sido notada em seu governo - e nem em outros passados.

Outra verdade é que, ainda que sua aprovação no Norte e no Nordeste ainda seja avassaladora, seu maior público em expansão é o Sul e o Sudeste do Brasil. A classe média brasileira ganhou muito no atual governo com créditos e capacidade financeira. A venda de imóveis, a construção de novos empreendimentos nunca foi tão voraz.

O E Daí, certamente, ficará por conta de vocês, leitores, eleitores e brasileiros. As eleições estão aí. A candidata da situação - Dilma Roussef - está no segundo turno e com grandes chances de ser eleita. Mas, e daí? É efeito Lula? É reflexo do trabalho de oito anos do PT? É um mito criado e sustentável? A candidata tem capacidade para manter as expectativas lulísticas?

Eu não sou eleitor dele e não serei dela. Mas tenho que concordar e, sim, entender todas as motivações que mantém esse Mito, chamado Lula.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

IOF estrangeiro

Por Letícia Paiva

O Brasil está em alta! A economia está crescendo, a dívida está sendo paga, o governo está fazendo bem o seu trabalho e os juros continuam, digamos, atraentes. Atraentes para os investidores, é claro. A taxa Selic em 10,75 porcento, mesmo sendo uma das mais baixas da história, continua atraindo olharem de pessoas com interesse em lucrar, pessoas estrangeiras.
Para que isso não se transforme em um pesadelo de uma hora para outra, o governo decidiu tomar uma atitude: aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investidores entrangeiros.
Mas, o que isso significa? Por que disso? Mas, e daí??
Acontece que o Brasil está crescendo rápido demais e alguns efeitos colaterais podem vir a acontecer. Um dos efeitos desse crescimento brasileiro tem sido, a já referida, baixa do dólar e todas as suas consequências [clique aqui e leia o post anterior]. Assim, diante disso, o governo teve que tomar atitudes que refreassem, ao menos um pouco, os investimentos estrangeiros, tirando alguns dólares do mercado e, de acordo com a Lei da Oferta e da Procura, torná-lo um pouco mais valioso internamente.
É por isso que, no último dia 04 de outubro, o IOF dobrou de valor, passou de 2 para 4% sobre todas as transações realizadas por estrangeiros em solo brasileiro. Cerca de quinze dias depois, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou novo reajuste da taxa: mais dois porcento, sendo agora de 6% nas operações financeiras.
O resultado veio. No primeiro diz de transações, a moeda americana atingiu seu maior índice desde junho deste ano. Entretanto, ainda é discutível o seu efeito a longo prazo. Para alguns economistas, a real desvalorização do real só acontecerá depois de ajustes fiscais e cortes de gastos internos no país - Robson Gonçalves é adepto dessa teoria.
Vamos observar o que continuará acontecendo em nosso país, sempre analisando as consequências e tentando entender... mas, e daí??

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A sustentabilidade discutida do outro lado do mundo

Por Letícia Paiva

De hoje até o dia 29 de outubro de 2010, será realizada em Nagoya, no Japão, a 10ª. Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 10) que reunirá políticos, cientistas e empresários de 193 países para discutir os rumos da preservação da biodiversidade no planeta e chegar a um acordo sobre políticas internacionais para frear a perda das espécies nos próximos 10 anos.

O Rio de janeiro foi, em 1992, o lugar escolhido para se firmar o tratado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) que estipulou ações que deveriam ser seguidas para preservar a diversidade e os recursos naturais. Hoje, dessas 193 nações que estavam presentes, e que assinaram o tratado, nenhuma cumpriu as metas estabelecidas pelo mesmo. Em outros encontros, como o da África do Sul em 2002, tentaram estabelecer novos acordos que mais uma vez fracassaram.

Nesse encontro, os participantes da COP 10 tem o objetivo de se tratar novas metas que deverão ser impostas nos próximos 10 anos (de 2011 a 2020), políticas de longo prazo também deverão ser estabelecidas para serem executadas até 2050.

Essas discussões poderão ser enriquecidas pelo relatório The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) que será divulgado em sua versão integral que mostra os impactos da perda de biodiversidade no mundo.

E daí?

E daí que uma conferência com as proporções da COP 10 atraiu a atenção de todo o mundo. Chefes de Estado estão reunidos para discutir e chegar a uma conclusão sobre esse problema da perda da diversidade, eles estão discutindo sobre como frear esse problema crítico que é agravado e, ao mesmo tempo, agrava as questões climáticas. Um estudo publicado pela ONU mostrou que a abundância de vertebrados, como mamíferos, pássaros e peixes, caiu um terço entre 1970 e 2006. O relatório também deixou claro como essas perdas e a degradação das florestas, corais, rios e outros ecossistemas já estão tendo impacto na vida das pessoas.

Todos esses estudos chamam a atenção para esse problema e torna ainda mais imprescindível que as discussões que estão sendo feitas em Nagoya cheguem a conclusões plausíveis, tenham metas estabelecidas e que estas metas sejam cumpridas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Números do SWU!

Por Fabiano Correia

O SWU (starts with you) foi planejado para ser um mega festival de música. O evento é um dos maiores já realizados no Brasil, certamente é o maior de 2010.
Um evento com tamanhas proporções exige muitos detalhes e números gigantescos. Para se ter noção, na semana anterior ao evento foram encomendados 20 caminhões de cascalho para cobrir áreas de terra que ficam mais críticas quando chove. Isso demonstra que a preparação de um evento vem desde muito antes de seus dias definitivos e que todos os detalhes devem ser pensados.
Mas os números mais impressionantes são relativos aos shows. Para os três dias foram convidados 74 bandas e DJs, resultando em 25 atrações por dia em três palcos e uma tenda, isso resulta em 700 pessoas pelos palcos do swu do dia 09 ao 11 de outubro de 2010. 3300 pessoas cuidaram da organização. Mais de 100 mil m² estão disponíveis para acampar entre os dias 8 e 12. O lugar contém cerca de MIL banheiros químicos.
Outra numeração que chama atenção são os sete minutos que os campistas tem para tomar banho, atendendo a proposta  da sustentabilidade. O valor do estacionamento também é pensado de maneira a incentivar a carona (carros com mais pessoas pagarão menos pela vaga).
Mas aí você se pergunta e daí? Que eu tenho a ver com esses números?
A questão é que o SWU foi pensado como um evento para conscientizar as pessoas sobre a sustentabilidade e a importância de atitudes socioambientais corretas. O evento teve falhas que resultaram em críticas pesadas. É claro que a proposta inicial não foi de tudo realizada, mas não podemos desconsiderar que o evento teve sim alguns efeitos sobre a sustentabilidade para as pessoas.
O marketing alcançou um grande número de pessoas que, interessadas, começaram a seguir o SWU nas redes sociais e a acompanhar noticias. Por mais que este interesse inicial fosse pelas atrações musicais, muitas pessoas começaram a conhecer os conceitos de sustentabilidade pelos anúncios feitos pelo SWU e este impacto deve ser levado em consideração.
Além disso, diversas estruturas foram pensadas com a finalidade de agredir o mínimo possível o meio ambiente. A maior parte da energia da Fazenda Maeda, lugar onde o evento foi realizado provém de geradores, sendo que todos eles funcionam com biodiesel. Parte da energia consumida pelo evento estava ligada com a energia gerada em uma Ilha de Energia Solar, que encontrava-se à disposição do público para recarga de celulares e outros aparelhos eletrônicos. A maior parte das lâmpadas eram de LED, tipo de material que consome menos energia. É claro que existem críticas como os copos serem copos plásticos e etc, mas o evento contribuiu, pelo menos um pouco, para disseminar esse conceito sociedade sustentável.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Falta conscientização no festival da sustentabilidade

Por Larissa Abdalla

A primeira edição do SWU, festival que preza a sustentabilidade do planeta, e que recebeu na fazenda Maeda em Itu, cerca de 74 atrações que dividiram mais de 50 horas de música para 150 mil pessoas, enfrentou grandes problemas com o lixo no local.

Criado com a ideia de promover a sustentabilidade, o SWU mostrou que a conscientização de parte do público ainda precisa de mais trabalho. No final da noite era grande a quantidade de lixo (como latas, garrafas pet e sacos plásticos) jogada no chão da arena onde está montada a estrutura do festival. Em entrevista durante o evento, o publicitário e idealizador do festival, Eduardo Fischer, declarou que o mau hábito de jogar o lixo pelo chão se deve "aos 500 anos de colonização".

O Fórum de sustentabilidade abordou temas importantes para o mundo de hoje, como inclusão de minorias, o papel da mulher na sociedade, etc. Todos os 150 mil ingressos para os três dias do festival foram vendidos, de acordo com a produção. Os fóruns sobre sustentabilidade reuniram 1.500 pessoas ao todo.

 O festival de importância internacional, recebeu bandas que vieram ao Brasil pela primeira vez, como Rage Against The Machine e Sublime With Rome,o retorno de Los Hermanos,  veteranos como Pixies e Yo La Tengo, e os estrangeiros que fecharam o último dia do festival, Linkin Park e Queens of The Stone Age.

E daí?

Se em um evento como esse, que preza pela sustentabilidade do planeta, com fóruns pensantes e público jovem de gosto musical apreciado, não vemos a conscientização do público em torno de questões como o lixo, o que sobra para o restante da população? O simples ato de jogar o lixo no lixo já é uma mudança para o planeta, e principalmente para o Brasil. Fica a dúvida, será que o SWU não tinha estrutura suficiente, ou as pessoas realmente não querem dar atenção para as questões sociais e foram apenas pular nos shows de rock? Pelo visto, o fórum recebu muitas pessoas, mas nada comparado ao público do festival. Esperamos que no próximo SWU, a conscientização esteja em primeiro lugar, para que não tenhamos pensamentos pessimistas de que o tema do evento foi somente fachada.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Larissa Abdalla

Oi, sou a Larissa. Tudo bem? Tenho 22 anos e estou no 3º ano de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Vocês vão ver nesse blog textos que analisam e discutem notícias em evidências na mídia. Em princípio, pensei em abordar apenas assuntos relacionados à cultura. Com as eleições, as notícias políticas em destaque, me interessei mais por temas políticos. Enfim, vocês vão ver por aqui um pouco de política e cultura por mim mesma, economia e responsabilidade social, com os meus companheiros do blog, Fabiano e Letícia. Espero que se interessem, gostem, e comentem! Os comentários são essenciais para melhorarmos o conteúdo do blog. E DAí?????????? Beijos e Abraços

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Onda verde sinaliza mudanças

Por Letícia Paiva
Na reta final das campanhas para o primeiro turno das eleições cresceu no Brasil um “fenômeno” que mudou as expectativas e contrariou as previsões do primeiro turno: a “onda verde”.
A candidata do Partido Verde (PV), Marina Silva, Teve quase 20 milhões de votos e surpreendeu a muitos, inclusive aos militantes do PT que apostavam na vitória da candidata Dilma Rousseff logo no primeiro turno.
O resultado foi que o segundo turno será disputado por José Serra, do PSDB e Dilma Rousseff, do PT. Mas mesmo não disputando o segundo turno os votos que Mariana Silva conquistou no primeiro turno se tornarão importantíssimos para a decisão das eleições presidenciáveis 2010.
E daí? Mas do que isso os votos que a ex-ministra recebeu sugerem, mais do que isso, demonstram o desejo de mudança dos eleitores. Com propostas novas e longe dos ataques políticos que se observa em todas as eleições, a candidata Marina Silva baseou sua campanha em um discurso focado em sustentabilidade/desenvolvimento sustentável. E, com pouco mais de um minuto na TV e nenhuma coligação nacional, Marina Silva apresentou um novo jeito de pensar a política, que deve ser considerado para as próximas eleições.

domingo, 3 de outubro de 2010

Economia, pra 'descansar' de política

Esses dias estão sendo abarrotados de política. Hoje vimos o 2º de presidente, só o 1º de governador de SP e Tiririca como o Deputado mais votado do Brasil. Não vou aqui tentar entender isso, acho que precisamos de um pouco mais de tempo para digerir tudo. Então, depois de uma semana da Capitalização da Petrobrás, postarei sobre algo que colocou, e muito bem, o Brasil no cenário econômico mundial, mais uma vez.


A venda de papéis de uma empresa é conhecida, também, por capitalização. Uma empresa pode fazer isso pela primeira vez no mercado, realizando um IPO, ou mais de uma vez, como fez a Petrobras neste segundo semestre de 2010. Na segunda-feira, 27/09/2010, começaram a ser negociadas novas ações da empresa petroleira – brasileira de capital misto. É importante ressaltar este nome por extenso porque ele estará presente no que se segue.
Segundo dados divulgados pela BOVESPA, somente no primeiro dia de negociações, quase 78 milhões de títulos Petr, entre ON’s e PN’s, foram negociados. Para Jairo Silva, economista que trabalha na Bolsa de Valores de São Paulo, “esse movimento de liquidez extraordinário mostrou o sucesso que foi a capitalização da empresa [...] se este movimento fantástico de liquidez continuar nos próximos 3 meses não tenho dúvidas de que a sua participação na composição da carteira teórica do IBOVESPA, aumentará consideravelmente.” Ele ainda acredita que, mantidas as expectativas, a Petrobrás tende a ultrapassar Vale do Rio Doce na representatividade das movimentações de títulos da Bolsa – o novo balanço, que sai a cada quatro meses, acontecerá em janeiro de 2011.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, com valor de mercado alçado para US$ 270 bilhões, a estatal brasileira se transforma na segunda maior petroleira do mundo, atrás apenas da americana Exxon (US$ US$ 313 bilhões) e à frente da Petro China (US$ 266 bilhões). Alguns fatores foram importantes para que isso se sucedesse. Dentre eles: a forte adesão à capitalização de fundos de pensões, como o do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e, também, da própria Petrobrás; superação da desconfiança em cima de um negócio de risco [Pré-sal], já que o efeito do derramamento de petróleo no Golfo do México ainda é vivo; a ampla participação de contribuintes físicos a partir do FGTS e a pesada participação do governo, que ganhou ainda mais força no controle da empresa. Como dito no início, essa é uma empresa de capital misto, ou seja, há investidores nacionais e internacionais, da iniciativa privada e pública. Um bom exemplo disso é o fato dessa capitalização ter tido o start não no Brasil, mas nos Estados Unidos, na sexta-feira 24/09/2010. Segundo Jairo Silva, isso não influenciou em nada nas negociações realizadas aqui no Brasil, já que a Lei de Mercado, mesmo assim, prevalece, não houve um privilegiado ou beneficiado diretamente por esse cronograma. Foi apenas uma decisão interna da própria Petrobrás comunicada posteriormente à CVM – Comissão de Valor Mobiliário.
O momento é favorável para investimentos. Os títulos da Petrobrás tiveram uma queda de 27% em relação ao final de 2009. Em 30/12/2009 as ações valiam R$36,69 e na segunda-feira estavam em R$26,50. Esse foi um grande incentivo para que grandes investidores, mesmo que com o medo já referido anteriormente – de investir em negócios trabalhados em águas profundas, com vistas em petróleo, dado o caso do Golfo do México – não refreassem as negociações. Além disso, é importante ressaltar o momento também favorável para os pequenos investidores, que têm, nos baixos valores das ações, a possibilidade de investir com mais segurança.
Mas o que isso significa para a empresa? De acordo com relatórios dados pela empresa, a taxa de endividamento chegou, no segundo trimestre deste ano, aos 34% do patrimônio líquido dela. O ‘investment grade’ – taxa aceitável para que uma empresa seja considerada confiável para investimentos – é de 35%. Para Danilo Chimara, corretor da IBOVESPA que trabalha na JJ Investimentos, o grande risco  para a Petrobras era o de “não conseguir encaixar todas as ações na operação, ou seja, não conseguir negociar todos os títulos disponibilizados nessa capitalização. Entretanto, como visto, a operação foi um sucesso.” E completa: “para a empresa foi excelente, porque ela conseguiu capitalizar o dinheiro suficiente para os investimentos dos próximos anos e também diminuir sua dívida para patamares aceitáveis para o mercado, e assim, com todo esse dinheiro, vai ter condições de crescer ainda mais.” Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), reforça dizendo que “os objetivos da capitalização são viabilizar os investimentos da Petrobras nos próximos cinco anos e aumentar a participação acionária do governo na empresa (ver link) [...] Sem a capitalização, a captação de novos empréstimos comprometeria esta política [de crescimento nos próximos anos]”
Com tudo isso, hoje a Petrobrás é a quarta maior empresa do mundo, a segunda no ramo petrolífero e a Bolsa de Valores de São Paulo alcançou o status de 2ª maior Bolsa do mundo, segundo o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. O valor de mercado atingiu 30,4 bilhões de reais, superando as Bolsas de Nova Iorque, Nasdaq e Londres, ficando atrás somente da de Hong Kong.

sábado, 2 de outubro de 2010

O mundo está de olho no Brasil

Por Larissa Abdalla

Com o título de possuir a "moeda mais valorizada do mundo", temos sido alvo de matérias importantes nos principais jornais internacionais.
O americano Wall Street Journal fala sobre a responsabilidade do próximo presidente em continuar o legado de Lula, pois em seu governo a moeda brasileira sofreu uma supervalorização devido às exportações. A preocupação é se o sucessor conseguirá sustentar  a economia brasileira com a moeda forte e manter a industrialização.
Além de citar o Real como "Most overvalued", o WSJ dedicou um especial sobre os candidatos brasileiros em sua página na web, que inclui o histórico de cada um em
quadro interativo.
Os europeus também estão preocupados com o futuro do nosso país. O jornal Britânico Financial Times, dedicou a reportagem de edição do fim de semana à eleição brasileira. Importante né? Nessa edição, os correspondentes discutem o papel de Lula nas campanhas eleitorais de Dilma e no futuro, se a candidata for eleita. Em uma comparação com o governo argentino, o jornal acredita que se Dilma vencer, Lula terá influência no novo governo, mas não comandará o país “sentado no banco de trás”, como fez o ex-presidente argentino Nestor Kirchner.

Assim como o espanhol El País, a opinião divulgada no FT é a de que Lula tem papel fundamental no sucesso de Dilma nas pesquisas. Para eles, a candidata não seria nada sem o carisma e popularidade do presidente. A  incógnita é se Dilma conseguirá sustentar o poder do líder.

O Brasil está cada vez mais visado e apontado pelo mundo inteiro, mas E Daí? E daí que hoje somos a oitava economia do mundo. Um país com enorme capacidade produtiva e que gradativamente aumenta seu domínio de exportações. Maior produtor de açúcar e etanol, agora com mais uma fonte de petróleo. Em crescimento contínuo e conquistando seu espaço no cenário internacional, o Brasil ganha importância para outras nações, que veêm na sucessão da presidência brasileira, um acontecimento que influi no mundo todo.